Ontem, misturado às notícias de Marta, kassab, Macain, Bush, Bovespa, Seqüestro, Eloá, A favorita e final Futsal estava, num canto da tela do computador, um amontoado de pássaros verdes. Meu olhar parou . Interrompeu-se diante daquela foto linda. Eram papagaios e eu os adoro.
Suas cores atravessam os sentidos. Papagaio é verão, é festa. Dá para imaginar uma roupagem colorida como a deles em inverno europeu? Nunca. Porque esse pássaro é muito brasileiro e combina com árvore, mato, goiaba, manga, amora e céu azul. Puxa, que quadro perfeito!
Mas, cadê o céu azul? Não vejo na foto. Aliás, as cabecinhas dos papagaios estão muito juntas e apertadas. Sei que andam em bandos, mas não tão atrelados assim. As asas estão engalfinhadas e os bicos parecem presos ao chão.
Retiro o olhar da foto e me ponho a ler o texto que vem logo abaixo. Bacana, esse casamento de leitura e imagem. Elas se somam e nos entregam a mensagem.
Entristeço.... A notícia dessa aquarela de papagaios é suja e desgostosa. Os pássaros foram caçados. Aprisionaram suas cores e seus cantos. Estavam em cativeiro, até ontem. Hoje, o Ibama lhes entrega o céu azul. Mas, como dar a “alguém” alguma coisa que já é seu por direito?
Minhas leituras continuam e vejo a seguinte chamada: “Bolsa Família completa 5 anos dando o direito à criança de ir e permanecer na escola”.
Cada família pode receber até três benefícios variáveis, ou seja, até R$ 60,00. Para ter esse dinheiro garantido, a família se compromete a cumprir as condições do programa, tais como manter a freqüência escolar das crianças e adolescentes e cumprir os cuidados básicos em saúde. As famílias estão muito satisfeitas com o programa, pois têm mais recursos em alimentação, material escolar e vestuário infantil e assim as crianças e adolescentes de classe baixa têm a sala de aula e a educação como presente. Para, Elimar Nascimento, professor da Universidade de Brasília, o Brasil precisa de educação para se desenvolver, mas é, necessário antes de qualquer coisa, articular os recursos para tirar as pessoas da miséria.
O que dizer sobre os papagaios e as crianças desses textos? Os primeiros estão presos, mas ganharão em breve o céu; os segundos estão na miséria mas têm $60,00 reais mensais. Não tenho muito que falar. Faço das palavras do professor Elimar, as minhas: “O Brasil precisa de educação para se desenvolver”