Anos 70. Já estava no Grupo. E de repente vi que o dia se repartia entre manhãs, tardes e noites. Conheci os horários e entendi que as manhãs não mais me pertenciam. Eram da escola.
Vieram comigo a lancheira, a pasta nova e uma maravilhosa caixa de lápis de cor, mas junto também estavam o uniforme, a fila, o sino, as carteiras pregadas no chão e o silêncio.
“Psiu, atenção!!!!! Lápis e caderno na mão, cada um com sua atenção”. Esse era o lema da minha professora.
Entrávamos às 7:00 horas e só ao meio dia o sino tocava. No meio da manhã vinha a melhor parte, o recreio. Era maravilhoso. Corríamos e brincávamos muito a ponto de deixar, no retorno à sala de aula , os cadernos sujos e molhados com nosso suor. Por conta disso, pagamos um preço. Nossos recreios passaram a ser vigiados. Tínhamos que aprender a andar, segundo a inspetora escolar.
Que nome é esse, hein??? “Inspetora”. Sua função: atentar,vistoriar, cobrar,atazanar. Ela não ficou muito na minha escola, seu trabalho era impraticável. Como vigiar mão, pé, perna e boca de criança quando tudo quer funcionar ao mesmo tempo? Missão impossível. Por isso, para nossa alegria, ela foi embora e devagar nos acostumamos à disciplina que a escola exigia.
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