quinta-feira, 16 de outubro de 2008

BOUQUET DE PALAVRAS


Nossa Língua Portuguesa com as suas variedades lingüísticas é maravilhosa e tem esse charme especial que tão bem conhecemos. Imagine, agora, a quantidade de palavras que existem à nossa disposição. Podemos escolhê-las, brincar com cada uma delas, enfileirá-las, organizá-las e acomodá-las em seus devidos lugares. E, isso fica muito fácil, quando as palavras são parentes, como: mãe e filha, tio e tia , avô e avó . Elas se acolhem .

No entanto, há outras que decidem por si só não darem as mãos. Parecem emburradas, viram a cara umas para as outras dentro das frases e não há vírgula, conjunção, exclamação que dê conta desse mal. Em momentos como esses não há muito que fazer, nem sempre conseguimos apaziguá-las e trazer a política de boa vizinhança para dentro do texto. O que nos resta, então, é a reescritura, pois escrever exige humildade, paciência e sobretudo, determinação.

Porque quando se consegue trazer para dentro do texto essa irmandade e companheirismo entre as palavras, dá-se então o melhor da LITERATURA, pois as palavras vêem grávidas, e a leitura de cada uma delas faz nascer em nós sentimentos muito particulares. Ás vezes é o choro, outras vezes o riso farto, a saudade, o amor. Uma explosão de emoção. E o que é ler?

Cada um de nós tem suas experiências. Alguns são leitores de Clarisse, outros de Pessoa, Correio Braziliense, Estadão, Paulo Coelho, Caras, Drumond, talvez. São leituras e são elas que entranham em nosso ser, tomando conta da nossa percepção de mundo, de vida mesmo. Pensem, quantas vezes trazemos conosco a companhia invisível dos nossos primeiros contadores de história ou do primeiro livro. Poesias que nos acompanham desde sempre. Escritores que guiam nossos sentimentos. Coisas que enchem o coração. Enamoram nossa alma.

Por isso, dou um viva à literatura e a todos poetas, romancistas, cronistas, ensaístas que conhecem os corredores por onde andam as palavras e as salas por onde se escondem. Conhecem seus pares e caminham com tranqüilidade entre linhas e parágrafos. Por fim, conseguem com papel bonito e laço de presente entregar as palavras, para nós leitores, em forma de bouquet. Bouquet de palavras. Assim são os livros para mim.

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